quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Bancos querem retirar portas giratórias

A decisão de alguns bancos de retirarem as portas giratórias das agências é considerada um retrocesso na questão da segurança dos bancários, clientes e segurança das instituições, segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo.

“A porta-giratória é um item que complementa a segurança, e é necessária para a segurança das pessoas que frequentam os bancos. Para abrir uma agência, é necessário um plano de segurança, composto de diversos itens, quanto mais opções melhor”, diz Juvândia Moreira, presidente do Sindicato.

De acordo com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), as portas giratórias não são obrigatórias em todas as agências. Cada instituição tem seu plano de segurança e seguem a Lei Federal nº 7.102/83.

Plano de segurança

“Todos os estabelecimentos bancários (agências e postos de atendimento) são obrigados a submeter à Polícia Federal um plano de segurança para que possam funcionar. Esse plano de segurança é elaborado por equipes técnicas e profissionais que analisam todas as características de cada ponto de atendimento – tais como localização, fluxo de pessoas, layout da agência etc.”, diz a assessoria de imprensa da Febraban. Aprovado o plano e instalado os recursos, a agência pode funcionar.

O debate sobre as portas giratórias veio à tona, segundo Juvândia, pois o banco Itaú Unibanco vem implementando a política de retirada de porta em todas as agências onde a lei permite que isso seja feito. De acordo com a instituição, “a retirada das portas giratórias das agências do Itaú Unibanco faz parte de um processo que começou logo após a fusão entre os dois bancos, ocorrida em 2008. A migração das agências Unibanco para o modelo Itaú, finalizada em 2010, contemplou também uma mudança de layout, que buscava mais proximidade e transparência no atendimento ao cliente”.

A instituição acrescentou ainda que as portas estão sendo substituídas por outros métodos de segurança. O Itaú Unibanco diz ainda que a retirada das portas foi feita a partir de um estudo, que constatou que houve redução nos assaltos às agências bancárias.

Números

A Febraban endossa a informação e afirma que entre de 2000 para 2010 houve uma queda de 82% nos assaltos às agências bancárias, que reduziu de 1903 para 337 ocorrências. Já em comparação ao primeiro semestre de 2010, com 206 assaltos a bancos registrados no Brasil, houve uma queda considerável em 2011, com 192 assaltos registrados no mesmo período.

Entretanto, segundo a presidente do Sindicato, em 2011 os números não foram animadores. “De 2010 para 2011 cresceu em 19% o aumento de assalto a bancos”, comenta. Além disso, em 2011, os bancos receberam multas que somaram R$ 5,5 milhões no ano por descumprir regras de segurança. Entre os itens mais comuns estão o alarme inoperante e a falta do número de vigilantes necessário. Outra situação comum é o transporte de valores feitos pelos bancários”, comentou Juvândia.

Para ela, todo item de segurança que puder preservar a segurança das pessoas que frequentam diariamente bancos – sejam eles funcionários ou clientes – são importantes. Juvândia ressalta ainda que se as portas estiverem sendo retiradas por queixas de clientes, isso pode ser resolvido com uma campanha de conscientização e com a manutenção correta dos equipamentos para que não travem em qualquer situação.

“A porta é importante para preservação da vida. Tenho certeza de que o cliente ia entender, como ele compreende quando vai ao aeroporto, por exemplo”, conclui Juvândia.

Consumidor

O advogado Thiago Mahfuz Vezzi, especialista em direito do consumidor e membro do escritório Salusse Marangoni Advogados, acredita que os clientes não devem ver a porta giratória como um problema. “É um dispositivo de segurança para o próprio consumidor”. Para ele, o simples fato de ser parado na porta não deve ser considerado um constrangimento. “Esses constrangimentos, em princípio, não seriam capazes de causar um dano exagerado. É um aborrecimento muitas vezes, mas é para a segurança”, comenta.

Entretanto, se o cliente for exposto de forma vexatória, ele pode buscar uma reparação moral, por meio da Justiça; ou procurar o Procon, para que a instituição seja notificada.

Vale ressaltar, que com ou sem a porta giratória, o banco é responsável pela segurança do cliente e funcionários. “Isso é inerente da atividade. Se a instituição entende que ele pode dar uma segurança sem a porta giratória, cabe a ela fazer as mudanças”, finaliza.

Fonte: eBand

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Itaú e Bradesco retiram porta giratória em São Paulo

A Folha de S.Paulo publicou nesta quinta-feira (9) uma reportagem de página inteira, com chamada na capa, sobre a retirada de portas giratórias com detectores de metais em agências do Itaú Unibanco e Bradesco.

Para a Contraf-CUT e a Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), essa medida absurda, iniciada no ano passado por ocasião das reformas nas unidades do Itaú em cidades sem lei municipal que obrigue a colocação desse equipamento, aumenta a insegurança e coloca ainda mais em risco a vida de trabalhadores e clientes.

Na reportagem, a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira Leite, afirma temer uma volta da onda de roubos a bancos. Para o presidente da CNTV, José Boaventura Santos, "é um retrocesso". "Um atentado contra a vida dos funcionários e dos clientes."

Mais insegurança

Segundo a matéria, "os principais bancos privados do país iniciaram um processo de retirada das portas com detectores de metal das agências espalhadas pelo país".

"Feita de forma gradual e sem alarde, a ação é um refluxo da disseminação destes equipamentos deflagrada nas décadas de 1980 e 1990, quando o Brasil via recordes de roubos a bancos. Naquela época, São Paulo registrava mais de 1.200 roubos por ano. Em 2011, foram 251 casos registrados", destaca a reportagem.

Na avaliação de Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, esses números comprovam a eficácia das portas giratórias, pois a queda ocorreu justamente após a sua instalação. "A retirada das portas pode aumentar os assaltos, na medida em que as quadrilhas vivem atacando as agências e postos de atendimento mais vulneráveis e inseguros", alerta.

Desculpa insustentável

Consta na reportagem que, "segundo fontes ouvidas pela Folha, apesar da queda nas ocorrências, as portas giratórias estão sendo retiradas devido ao grande número de processos judiciais. São ações de danos morais de clientes constrangidos diante de dificuldades de acesso às agências após o travamento das portas".

O Tribunal de Justiça de São Paulo diz não saber quantas ações desse tipo correm nos fóruns. Pesquisa feita pela Folha aponta que mais de 1.000 já foram julgadas no Estado. Parte os bancos vencem, mas são obrigados a manter batalhões de advogados para defendê-los. Os processos pesquisados renderam de R$ 5.000 a R$ 15.000 em indenizações.

Ainda segundo a reportagem, "são casos em que as pessoas foram impedidas de entrar em bancos por portarem marcapassos, pinos metálicos na perna e até casos de policiais barrados quando foram atender ocorrências".

Para a Contraf- CUT, essa desculpa dos bancos não se sustenta, sobretudo porque os bancos sequer apresentam dados para justificar. "Tais processos judiciais são certamente insignificantes diante de milhares de ações trabalhistas e de milhares de reclamações de clientes contestando as altas taxas de juros e a cobrança indevida de tarifas", ressalta Ademir.

Trabalhadores apoiam portas giratórias

Questionada pela Folha, a Febraban não comentou a retirada das portas giratórias das agências. Também em nota, mencionou que a lei federal 7.102 estabelece que a implantação das portas giratórias é opcional. "Um entre outros dispositivos mecânicos ou eletrônicos de segurança."

Para a Contraf-CUT e a CNTV, as portas giratórias deveriam ser obrigatórias para todas as agências e postos de atendimento bancário, sendo uma das propostas dos trabalhadores para o projeto de lei que cria o estatuto de segurança privada, que está em estudo no Ministério da Justiça, a partir de iniciativa da Polícia Federal.

"Além disso, apoiamos projetos de leis municipais e estaduais que determinam a instalação de portas giratórias e outros equipamentos, como forma de prevenir assaltos e sequestros e proteger a vida de trabalhadores e clientes", conclui Ademir.

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Willian Chaves
Fonte: Contraf-CUT com Folha de S.Paulo

"Saidinha de banco" cresce 15,5% e soma 1.988 ocorrências em 2011 no Rio

Embora o número de homicídios tenha caído no Estado do Rio de Janeiro em 10,1% no ano passado, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, a prática criminosa chamada "saidinha de banco" cresceu 15,5% em 2011. Foram registrados 1.988 casos contra 1.721 do ano anterior. Isso significa uma média assustadora de 5,44 casos por dia.

"Esta forma de assalto a clientes que retiram dinheiro nos caixas ou terminais eletrônicos das agências é de responsabilidade dos bancos e do poder público. Os banqueiros só se preocupam em proteger seu patrimônio e não garantem a segurança dos clientes e funcionários", critica o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, André Spiga.

O sindicalista defende o projeto de lei que prevê a instalação de biombos entre a fila de espera e os caixas, bem como as divisórias opacas e individualizadas entre os caixas, incluindo os eletrônicos. "Esse projeto, elaborado pela Contraf-CUT e Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), garantirá mais privacidade e proteção, pois ninguém poderá ver a retirada de dinheiro pelos clientes nos guichês", destaca Spiga.

Ele criticou a Lei 5.939 /2011, de autoria do deputado estadual Domingos Brazão (PMDB), que proíbe o uso de celulares nas agências. "O crescimento das saidinhas prova que esta lei não resolveu e ainda agravou o problema", conclui.

Willian Chaves
Fonte: Contraf-CUT com Seeb Rio

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

CAMPANHA SALARIAL: Empresários frustam dirigentes em rodada de negociação e categoria pode parar

A primeira rodada de negociações com os empresários não teve nenhuma proposta pelos patrões. O Sindicato patronal terminou a reunião oferecendo apenas a reposição da inflação como aumento salarial para os vigilantes do Rio de Janeiro. Diante da total falta de consideração com a categoria e condição de proposta razoável, o Sindicato dos Vigilantes de Angra dos Reis, juntamente com outras seis entidades, resolveu se unir aos demais sindicatos da categoria no Estado por uma Campanha Salarial Unificada.

Esta é a primeira vez que os dirigente deixam de lado as divergência e se unem contra os empresários para cobrar aumentos reais nos salários e a concessão de benefícios. Segundo a diretoria do Sindicato da Costa Verde, caso não haja consenso na próxima reunião com o patronal, que deve acontecer até o mês de março, data base da categoria, pode ser deflagrada uma greve geral dos vigilantes em todo Estado.

O Sindicato deverá convocar assembleias para discutir como será declarada a greve em todos os setores que atuam os vigilantes nos municípios de Angra dos Reis, Paraty, Rio Claro e Mangaratiba. Informativos através do blog e também impressos deixarão a categoria avisada dos próximos passos.

Essa é a hora dos vigilantes demonstrarem união e força contra a posição autocrata dos empresários que não se preocupam com o bem-estar do empregado,  muito menos com sua família.

Os sindicatos defendem: ganho real além da inflação no salário, tíquete de refeição de R$ 12, 22% de risco de vida, para completar os 30% de direito dos vigilantes, plano de saúde para a categoria, plano funeral para a família dos vigilantes com participação dos sindicatos. Outro item que consta na pauta de reivindicações é a disponibilização de um local com assento para os vigilantes nas agências bancárias, para que seja realizado um sistema de revezamento pelos seguranças dos bancos.

Willian Chaves
WMC Assessoria de Comunicação

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Vigilante será indenizado por trabalhar em local sem banheiro



A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho não conheceu de recurso da Protege S.A. Proteção e Transporte de Valores por meio do qual buscava a reforma de decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (RJ) que a condenara a indenizar em R$ 15 mil por danos morais um ex-vigilante que trabalhava em um local desprovido de sanitário.
 
O trabalhador descreveu em sua inicial que trabalhou para a Protege por cerca de três anos e meio. Durante diversas vezes, segundo ele, foi obrigado a prestar serviços de até 12 horas em postos desprovidos de água potável e sanitários. A empresa, por sua vez, em contestação, refutou as alegações do vigilante. A 3ª Vara do Trabalho de Volta Redonda (RJ) observou que, em depoimento, o vigilante confirmou o que dissera na inicial, mas acrescentou que existia uma viatura da empresa à disposição para levá-lo ao banheiro quando necessário. O preposto da Protege admitiu que realmente o empregado havia trabalhado em dois postos sem banheiros, e reafirmou a existência das viaturas. Diante dos fatos apresentados, o juízo de primeiro grau julgou improcedente o pedido.
 
O Regional reformou a sentença e fixou a indenização em R$ 15 mil, por ficar constatado o ambiente de trabalho degradante. Segundo o acórdão, teria ficado evidenciado o dano físico causado ao trabalhador, "obrigado a conter-se até ser transportado para o local adequado".
 
No TST, o recurso, que teve como relator o ministro Aloysio Corrêa da Veiga, não foi conhecido, pois a decisão alegadamente divergente apresentado pela Protege não servia para confronto de teses, por tratar de hipótese em que havia restrição ao uso de banheiro para maquinista condutor de locomotiva durante viagens – situação diversa, portanto, da do caso analisado. A Turma, dessa forma, forma aplicou o disposto na Súmula nº 296 do TST, que regulamenta a admissibilidade de recurso por divergência jurisprudencial. Ficou mantida, portanto, a decisão regional pela condenação.

Willian Chaves
Fonte: TST-(Dirceu Arcoverde/CF)

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

1ª rodada de negociações da Campanha Salarial 2012/2013 começa nesta quinta-feira com participação do sindicato

Nesta quinta-feira, 02 de fevereiro, diretores do Sindicato dos Vigilantes de Angra dos Reis, vão ao Rio de Janeiro na sede do Sindicato Patronal discutir com os patrões as reivindicações da negociação salarial 2012/2013. Participarão dirigentes dos Sindicatos dos Vigilantes de Niterói, Petrópolis, Mesquita, Itaguaí e do Sindicato do Estado. De acordo com o presidente do Sindicato dos Vigilantes da Costa Verde, Anselmo Santana, caso os empresários neguem os reajustes e os demais benefícios contidos na pauta de reivindicações, a categoria poderá ser convocada para um estado de greve.

“Vamos manter uma linha dura nas negociações. À exemplo de outras cidades, também podemos conquistar o que pedimos, que ainda é pouco, mas já será de grande valia para os trabalhadores”, destaca Anselmo.

Os vigilantes exigem ganho real além da inflação no salário, tíquete de refeição de R$ 12, 22% de risco de vida, para completar os 30% de direito dos vigilantes, plano de saúde para a categoria, plano funeral para a família dos vigilantes com participação dos sindicatos. Outro item que consta na pauta de reivindicações é a disponibilização de um local com assento para os vigilantes nas agências bancárias, para que seja realizado um sistema de revezamento pelos seguranças dos bancos.

Os detalhes das negociações serão informados no blog e através de informativos do sindicato. 

Willian Chaves
WMC Assessoria de Comunicação

Vigilantes do DF garantem 20% de reajuste e põem fim à greve. Assembleia teve a participação de três mil trabalhadores

Depois de quatro dias em greve, os trabalhadores vigilantes de Brasília garantiram, nessa segunda-feira (30), o reajuste salarial de 20%. O índice cobre a inflação do período (9,6%), destina parte ao adicional de risco de vida (cerca de 8,33%, o percentual ainda não foi definido) e garante o reajuste real de, em média, 2%. Os trabalhadores que tinham escala noturna ontem voltaram ao trabalho à 22h. Cerca de três mil vigilantes compareceram a assembléia e apenas sete pessoas votaram contra o fim da greve.

“Este resultado é consequência de uma negociação bem conduzida, com capacidade de mobilização da categoria”, afirma o presidente da CUT-DF, José Eudes. “Este não era o resultado que queríamos, mas é uma proposta que satisfaz a categoria”, avalia o presidente do Sindicato dos Vigilantes do Distrito Federal (Sindesv-DF), Jervalino Rodrigues.

O resultado positivo foi alcançado a duras penas pelo Sindesv-DF. Um dia após entrar em greve, uma liminar expedida na madrugada da última sexta-feira de pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-10) determinava a volta de 60% da categoria aos postos de serviço. “Ela (a juíza) não explicou como parar este percentual da categoria. Em um banco que tem dois vigilantes, por exemplo, como fazer isso?”, explicou Roberto Miguel, vigilante e diretor da CUT-DF. Para impedir o enfraquecimento da greve, o Sindicato entrou com embargo declaratório.

O clima durante a reunião com a patronal, realizada nessa segunda-feira, foi tenso. Na primeira rodada de negociação, a proposta dos patrões era de reajuste salarial de 16%. Depois de horas de conversa, os 20% foram recebidos com alegria pelos representantes do Sindesv-DF. “A ajuda dos bancários e dos outros sindicatos foi determinante para a garantia dessa vitória”, avaliou Roberto Miguel.

Os vigilantes ainda garantiram tíquete alimentação de R$ 17 – anteriormente o valor do benefício era de R$ 13,5 –, o abono dos dias parados e a garantia das demais cláusulas do acordo coletivo


Fonte: CUT-DF